É incrível como falar de Marta e Maria gera tantas polêmicas. A história relatada em Lucas 10 parece inquietar muitas mulheres.
Imagino que era uma manhã tranqüila, um dia como outro qualquer. De repente uma visita inusitada. Jesus e seus discípulos param para uma visita, quem sabe um almoço, um lanche...
A casa escolhida é a dos amigos, Marta, Maria e Lazaro.
Marta logo se ocupa das tarefas. O que fazer de mais gostoso? Qual a melhor toalha de mesa? O melhor cardápio ? Afinal, a visita era alguém importante.
Mas, de repente, algo parece mudar a disposição tão hospitaleira e receptiva daquela mulher.
“Marta porém andava distraída em muitos serviços e, aproximando-se disse: Senhor, não te importas que minha Irma me deixe servir só ? Peça pois que me ajude. Lucas 10:40
O que aconteceu naquela cozinha que fez com que a alegria daquela mulher em fazer as coisas para Jesus se transformasse em uma grande frustração?
Gosto muito de exemplificar algumas pregações com coisas do dia a dia , acho que elas ficam melhor registradas na nossa mente.
Chamo o que aconteceu com Marta de DDD, a estratégia do inimigo para nos tirar a alegria em meio a nossa tumultuada agenda
O primeiro D é de distração, o diabo sabe muito bem que quanto mais atoladas em nossas obrigações maior a possibilidade de não ouvirmos a voz de Deus. Foi isso que aconteceu com Marta, ,ela se distraiu em meios as tarefas que suas motivações se transformaram.
O segundo D é de desanimo, quando Deus deixa de ser o centro e razão para tudo o que fazemos logo vem o desanimo. Distraída, Marta viu sua irmã ali na sala enquanto ela fazia tudo sozinha, uma raiz de amargura cresceu em seu coração e fez com que ela ficasse desanimada e frustrada quanto as suas tarefas
O ultimo D é de dúvida: Senhor, não te importas? Perguntou Marta. Aquela mulher que havia recebido Jesus com tanta alegria e hospitalidade estava agora duvidando do seu amor e bondade.
Jesus realmente se preocupa com as nossas inquietações, mas nos ama o suficiente para nos confrontar em nossas atitudes.
O problema com certeza não era o serviço, aliás Deus é um Deus de trabalho, Ele nos salvou pela graça para as boas obras.
O problema foi a distração nos serviços, e muitas coisas podem nos distrair abrindo inicio para a trilogia DDD.
Vejo que Marta foi pega pela cilada do desempenho, aquela que nos faz achar que somos merecedores de algo por aquilo que fazemos. Para a irmã, Maria não poderia estar ali, afinal de contas, o que ela havia feito para o Mestre?
Colocando na balança da justiça Marta desanimou e assim acontece conosco. Enquanto não entendermos que a intimidade nunca será resultado do trabalho, mas que o trabalho é fruto de um coração que conhece o Amor de Deus, nunca conseguiremos terminar bem uma tarefa, nunca conseguiremos caminhar com alguém diante de uma ofensa ou de uma atitude que consideramos injusta.
Quanto mais próximas de Jesus maior será nosso amor pelo mundo, maior nosso empenho para fazer tudo o que fazemos sem cobranças ou comparações.
Mas na ânsia de servir a Jesus muitas vezes perdemos a oportunidade de conhecê-lo, e isso não quer dizer que precisar deixar de servi-lo, precisamos de cura, de transformação.
E foi uma transformação linda que Jesus operou na vida daquela mulher. Muitos olham para aquela situação e, como Marta, colocam as ações na balança da comparação enquanto Jesus olhou para o coração daquelas duas mulheres e sondou as suas motivações.
Penso que se Maria estivesse ali aos pés de Jesus por folga, preguiça ou coisa parecida, Jesus repreenderia a ela e não sua irmã. Em um outro momento da Biblia é Maria quem se mostra duvidosa quanto a morte de seu irmão e Marta se posiciona cheia de fé sabendo do que Deus poderia fazer.
No final, Jesus está constantemente transformando-nos , restaurando nossa alegria em fazer todas as coisas, nos animando e renovando para que saibamos que o poder que opera em nós é Dele e não nosso e que nossa motivação em fazer é por alegria ao que por nós já foi feito.
Que não sejamos distraídas com as nossas tarefas para que o desanimo e a dúvida não encontrem lugar em nosso coração. Que possamos fazer muito para Deus, mas que Ele seja sempre o centro de todas as coisas, nossa direção, refugio e renovo, caso contrário, facilmente entregaremos os pontos.
E que tenhamos convicção do nosso chamado para que não sejamos pegas comparando o que fazemos ou não com o que outros fazem ou não, chegando para Jesus e perguntando: Jesus, não se importa ?
Com certeza Ele se importa, tanto que nos transforma, lembrando-nos de que se Ele não for prioridade em nossas vidas nunca encontraremos lugar nenhum para Ele, nunca conseguiremos cumprir nossas tarefas com alegria, disposição e intimidade.
Servir a Deus nunca é peso, afinal Ele tomou nosso fardo que nos deixava sobrecarregadas e nos deu um outro que é suave e leve. Ele nos lembra que nossos desafios diários nao são para se comparar ao peso de glória que há de se revelar através de nós.
Que nunca nos cansemos de fazer o bem!!!! Afinal há muito mais... com Deus há muito mais!!!!
“ Em tudo somos pressionados, mas não desanimados... Porque tudo isto é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de Deus.” II Corintios 4: 8 e 15
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